sexta-feira, 25 de março de 2011

CURIOSIDADES RELACIONADAS À TOXICOLOGIA SOCIAL

Os videos relacionados abaixo fazem parte do conteúdo do site ofical do Dr. Drauzio Varella: www.drauziovarella.com.br. De acordo com a política de privacidade do site, todo o material, incluindo os vídeos, poderá ser reproduzido desde que citada a fonte.

VÍDEO 1 - Neste vídeo o Dr. Dráuzio traz curiosidades e novidades relacionadas aos tratamentos para quem deseja parar de fumar. Ele cita em especial o uso de adesivos e de gomas de mascar que contém nicotina, acompanhem:



VÍDEO 2 - Neste segundo vídeo, o Dr. Dráuzio traz curiosidades e esclarecimentos acerca do alcoolismo como "droga social" e seus efeitos sobre a sociedade e seus dependentes:


Ainda dentro do tema voltado as curiosidades da Toxicologia Social, apresentamos na sequência trechos de entrevistas com profissionais de diversas áreas abordando o assunto. Todo o material está disponível no site www.drauziovarella.com.br. Todos os direitos reservados.

Trecho da entrevista com Dr. Ronaldo Laranjeira - médico, coordenador da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas na Escola Paulista de Medicina na Universidade Federal de São Paulo e com PhD em Dependência Química na Inglaterra.

Drauzio – É enorme o número de pessoas que bebe. Do ponto de vista médico quando se diz que uma pessoa é alcoólatra?

Ronaldo Laranjeira – É preciso estabelecer uma distinção entre três padrões de consumo de álcool. Há os que não têm problemas ao beber, os que fazem uso abusivo do álcool e os que são dependentes dessa substância. Hoje está mais ou menos estabelecido que a pessoa sem problemas, se for um homem saudável, pode beber o equivalente a dois ou três copos de vinho, ou dois copos de chope ou uma dose pequena de destilado. Em se tratando de mulheres, as doses deverão ser um pouco menores, já que elas são mais sensíveis aos danos biológicos provocados pela bebida. Esse padrão de uso contido do álcool é o que as pessoas desenvolvem.

Infelizmente, número substancial de pessoas faz uso nocivo do álcool, pois ocasional ou regularmente bebe acima das quantidades supracitadas. Se numa festa, a pessoa bebe cinco copos de cerveja ou três de uísque, está ingerindo mais do que seu organismo tolera em termos de intoxicação alcoólica.

Trecho da entrevista com a Dra. Valéria De Jorge, psicóloga. Ela coordena, no Hospital Sírio-Libanês, o programa de tratamento para dependentes químicos.

Site DV - Qual o tipo de dependência mais difícil de ser tratada e qual leva mais pessoas a buscarem tratamento?

Valéria De Jorge - No Brasil, certamente é o crack. O consumo está aumentando numa escala gigantesca. Ele deixou de ser a droga de consumo restrito aos moradores de rua, aos meninos abandonados, à população de baixa renda. Hoje, a gente sabe que o crack está entrando com muita força e rapidez na população de classe média.

Embora o álcool continue sendo a droga de maior consumo no mundo inteiro, o perfil dos usuários começa a mudar. Pelo que temos visto e pelos estudos publicados, se nada for feito, o consumo de crack pode igualar-se ao do álcool, porque é uma droga barata, de fácil acesso e com grande poder de dependência. A degradação da pessoa envolvida com crack é imediata. É diferente do álcool, é diferente do tabaco. Usuários de álcool e tabaco levam algum tempo para desenvolver dependência química dessas substâncias; os de crack, não.

Site DV - Pode ser que o fato de o crack estar inicialmente restrito aos usuários de baixa renda gere um preconceito maior na hora de procurar ajuda?

Valéria De Jorge - Sim, porque o crack era considerado droga de “gente pobre”. O consumo de cocaína exige do dependente maior poder aquisitivo. O crack, não. Ele é uma droga barata.

Site DV - Concluindo que a internação é necessária em alguns casos de dependência grave, como é a vida de um paciente que não tem recursos e procura o sistema público de saúde?

Valéria De Jorge – Primeiro, ele tem de procurar um psiquiatra, e hoje temos poucos capacitados para lidar com a dependência química. Não há muitos hospitais em que se possa bater na porta e ser prontamente atendido e não há leitos suficientes para todos que necessitam de internação. Temos conhecimento teórico, tecnologia e temos a ciência a nosso favor, mas ainda não temos o suporte clínico suficiente para atender a demanda.

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