sábado, 4 de junho de 2011

Caso clínico do episódio - "Jogos" Dr. House

Jimmy Quid, 38 anos, cantor de Punk Rock, com histórico de abuso de drogas. Paciente dá entrada no hospital com repetidas lesões, cortes, febre, altrargia, hiperinflação no tórax, fadiga e amnésia.
Apresenta sangue nas fezes e urina e seus exames apontam embriaguez, cocaína, anfetaminas e narcóticos. Foram observados também coágulos se movendo pelo corpo do paciente e fragmentos de sangue nos rins.
Os médicos chegam a suspeitar de malária, mas esse diagnóstico foi rapidamente afastado.
Foi então realizada punção lombar, a qual se apresentou limpa afastando a possibilidade de meningite bacteriana.
Com o paciente eufórico, com sintomas causados por drogas Dr. House prescreveu o uso de Dimercaprol para envenenamento por metal pesado, o qual não adiantou para o paciente.
Apesar de todos os sintomas apontarem para intoxicação por abuso de drogas já que o paciente era ex-usuário, após biópsia cerebral constatou-se sarampo, o qual foi tratado com corticosteróides.
Segundo o Dr. House, opióides causam diminuição do fluxo respiratório e o sistema imunológico foi degradado por anos de uso de drogas.
Questões
1. O uso das drogas realmente pode afetar o fluxo respiratório
do paciente?
Sim, uso crônico de drogas o paciente fica eufórico e apresentam efeitos depressores respiratório. Por exemplo, a Morfina a qual na cocaína provoca constrições brônquicas, devido a liberação de histamina, além de dilatação de vasos cutâneos, com aumento de temperatura e transpiração. Respiração deprimida e coma é um quadro sugestivo de intoxicação por mofina ou outros opióides. A morte quase sempre ocorre por insuficiência respiratória. Nas intoxicações por superdose de heroína, o edema pulmonar é a complicação mais freqüente. A depressão respiratória leva a hipoxia causando maior permeabilidade capilar e provocando extravasamento de fluído que resulta no edema pulmonar.
2. O uso de Dimercaprol seria para a intoxicação das drogas?
Como o Dr. House mesmo disse que o uso seria para intoxicações por metais, quando ele ainda suspeitava que o paciente estava com sintomas de hiper inflamação no tórax ,anemia, sangue nas fezes e urina indicavam intoxicação.
Alguns metais pesados, especialmente arsênico, ouro, chumbo e mercúrio formam ligantes com grupos sulfidrila do sistema enzimático piruvato- oxidase e inibem a função normal das enzimas que dependem dos grupos sulfidrila livres para sua ação. O dimercaprol possui maior afinidade pelo metal que a enzima e, portanto, reverte a inibição enzimática pela quelação do metal e evita ou reverte os efeitos tóxicos pela regeneração dos grupos sulfidrila. O complexo dimercaprol-metal resultante é relativamente estável e rapidamente excretado.
Em adição, em intoxicação por chumbo, dimercaprol promove uma rápida, porém de curta duração, redução nas concentrações de chumbo nos eritrócitos. Seu uso conjunto com edetato dissódico de cálcio aumenta a quantidade de agente quelante necessária para excreção significativa do metal pesado.
Após a administração intramuscular, as concentrações plasmáticas máximas são alcançadas em 30 a 60 minutos. A distribuição se faz por todos os tecidos, inclusive cérebro. A duração de ação é de aproximadamente 4 horas. Aproximadamente 50% da dose é rapidamente metabolizada a metabólitos inativos, os quais são eliminados pela urina. O complexo dimercaprol- metal é eliminado pelos rins e trato biliar.
3. Quais são as ações das drogas ?
1. DEPRESSORAS: Benzodiazepínicos (tranqüilizantes, indutores ao sono, etc.); Barbitúricos (anestésicos, sedativos, anti-convulsivantes, etc.);
2. ESTIMULANTES: Anfetaminas (inibidores do apetite); Nicotina (cigarro); Cafeína (café, chá, etc.); Efedrina (descongestionantes); Atropina.
3. DESPERSONALIZANTES: Euforizante (cocaína, etc.); Deprimentes (álcool, inalantes, etc.); Alucinantes (maconha, haxixe, LSD, cogumelo, etc.)

Dr. House - Jogos

Dr. House - 4 Temporada, Episódio 9


Sinopse: House atribui os candidatos a um caso particularmente difícil envolvendo um punk guitarrista com uma história de abuso de drogas e desobediência civil, enquanto Cuddy pressiona House a fazer uma decisão final e contratar sua nova equipe. House promete uma posição garantida sobre a sua equipe para o candidato que acerte o diagnóstico do paciente. Enquanto isso, Wilson informa um antigo paciente que ele havia lhe diagnosticado com câncer terminal que vai agora passar a viver, o que faz o paciente querer processá-lo.

CURIOSIDADE: Vacina bloqueia efeitos da cocaína em camundongos


Segundo a revista Época, "Pesquisadores da Universidade Cornell, em Ithaca, e do Instituto de Pesquisa Scripps, em La Jolla, ambos nos Estados Unidos, produziram uma vacina segura que cria imunidade contra os efeitos da cocaína em camundongos. Ela combina partes do vírus do resfriado com partículas que imitam a droga. "
No estudo, publicado no dia 4 de janeiro na edição online do Molecular Therapy, do Instituto Naciona de Abuso de Drogas dos EUA, os cientistas dizem que esta nova estratégia pode ser a primeira a oferecer aos dependentes de cocaína uma forma bastante simples de interromper e reverter este hábito nocivo. Além disso, a vacina pode ser útil no tratamento de outros tipos de droga, como nicotina, heroína e outros opiáceos.

Segundo o líder do estudo, Ronald G. Crystal, diretor e professor da medicina genética do Weill Cornell Medical College, os anticorpos produzidos em camundongos pela vacina se ligam, e sequestram, as moléculas de cocaína antes que a droga chegue ao cérebro desses animais – e impede qualquer hiperatividade relacionada à cocaína. O efeito da vacina dura até 13 semanas.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

CURIOSIDADE: Maconha: é hora de legalizar?


Fumar maconha em casa e na rua deveria ser legal? Legal no sentido de lícito e aceito socialmente, como álcool e tabaco? O debate sobre a legalização do uso pessoal da maconha não é novo. Mas mudaram seus defensores. Agora, não são hippies nem pop stars. São três ex-presidentes latino-americanos, de cabelos brancos e ex-professores universitários, que encabeçam uma comissão de 17 especialistas e personalidades: o sociólogo Fernando Henrique Cardoso, do Brasil, de 77 anos, e os economistas César Gaviria, da Colômbia, de 61 anos, e Ernesto Zedillo, do México, de 57 anos. Eles propõem que a política mundial de drogas seja revista. Começando pela maconha. Fumada em cigarros, conhecidos como “baseados”, ou inalada com cachimbos ou narguilés, a maconha é um entorpecente produzido a partir das plantas da espécie Cannabis sativa, cuja substância psicoativa – aquela que, na gíria, “dá barato” – se chama cientificamente tetraidrocanabinol, ou THC.


Na Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia, reunida na semana passada no Rio de Janeiro, ninguém exalta as virtudes da erva, a não ser suas propriedades terapêuticas para uso medicinal. Os danos à saúde são reconhecidos. As conclusões da comissão seguem a lógica fria dos números e do mercado. Gastam-se bilhões de dólares por ano, mata-se, prende-se, mas o tráfico se sofistica, cria poderes paralelos e se infiltra na polícia e na política. O consumo aumenta em todas as classes sociais. Desde 1998, quando a ONU levantou sua bandeira de “um mundo livre de drogas” – hoje considerada ingenuidade ou equívoco –, mais que triplicou o consumo de maconha e cocaína na América Latina.


Em março, uma reunião ministerial na Áustria discutirá a política de combate às drogas na última década. Espera-se que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, modifique a posição conservadora histórica dos Estados Unidos. A questão racial pode influir, já que, na população carcerária americana, há seis vezes mais negros que brancos. Os EUA gastam US$ 35 bilhões por ano na repressão e, em pouco mais de 30 anos, o número de presos por envolvimento com drogas decuplicou: de 50 mil, passou a meio milhão. A cada quatro prisões no país, uma tem relação com drogas. No site da Casa Branca, Obama se dispõe a apoiar a distribuição gratuita de seringas para proteger os viciados de contaminação por aids. Alguns países já adotam essa política de “redução de danos”, mas, para os EUA, o cumprimento dessa promessa da campanha eleitoral representa uma mudança significativa.


A Colômbia, sede de cartéis do narcotráfico, foi nos últimos anos um laboratório da política de repressão. O ex-presidente Gaviria afirmou, no Rio, que seu país fez de tudo, tentou tudo, até violou direitos humanos na busca de acabar com o tráfico. Mesmo com a extradição ou o extermínio de poderosos chefões, mesmo com o investimento de US$ 6 bilhões dos Estados Unidos no Plano Colômbia, a área de cultivo de coca na região andina permanece com 200 mil hectares. “Não houve efeito no tráfico para os EUA”, diz Gaviria.


Há 200 milhões de usuários regulares de drogas no mundo. Desses, 160 milhões fumam maconha. A erva é antiga – seus registros na China datam de 2723 a.C. –, mas apenas em 1960 a ONU recomendou sua proibição em todo o mundo. O mercado global de drogas ilegais é estimado em US$ 322 bilhões. Está nas mãos de cartéis ou de quadrilhas de bandidos. Outras drogas, como o tabaco e o álcool, matam bem mais que a maconha, mas são lícitas. Seus fabricantes pagam impostos altíssimos. O comércio é regulado e controla-se a qualidade. Crescem entre estudiosos duas convicções. Primeira: fracassou a política de proibição e repressão policial às drogas. Segunda: somente a autorregulação, com base em prevenção e campanhas de saúde pública, pode reduzir o consumo de substâncias que alteram a consciência. Liderada pelos ex-presidentes, a comissão defende a descriminalização do uso pessoal da maconha em todos os países. “Temos de começar por algum lugar”, diz FHC. “A maconha, além de ser a droga menos danosa ao organismo, é a mais consumida. Seria leviano incluir drogas mais pesadas, como a cocaína, nessa proposta”.


O que pode parecer a conservadores uma tremenda ousadia não passa, na verdade, de um gesto simbólico do continente produtor de drogas, a América Latina. Um gesto com os olhos voltados para o Norte, o hemisfério consumidor por excelência. Nos Estados Unidos, ainda se encarceram usuários na maioria dos Estados, e a Europa faz vista grossa ao consumo, mas não muda sua legislação. A comissão latino-americana acha “imperativo retificar a estratégia de guerra às drogas dos últimos 30 anos”. Nosso continente continua sendo o maior exportador mundial de cocaína e maconha, mas produz cada vez mais ópio e heroína e debuta na produção de drogas sintéticas. Um maior realismo no combate às drogas, sem preconceito ou visões ideológicas, ajudaria a reduzir danos às pessoas, sociedades e instituições.


Há quem discorde dessa visão, com base em argumentos também poderosos. Com a liberação do consumo da maconha, mais gente experimentaria a droga. Isso aumentaria o número de dependentes e mais gente sofreria de psicoses, esquizofrenia e dos males associados a ela. Mais gente morreria vítima desses males. “Como a maconha faz mal para os pulmões, acarreta problemas de memória e, em alguns casos, leva à dependência, não deve ser legalizada”, afirma Elisaldo Carlini, médico psicofarmacologista que trabalha no Centro Brasileiro de Informação sobre Drogas (Cebrid). “Legalizá-la significaria torná-la disponível e sujeita a campanhas de publicidade que estimulariam seu consumo”.



Disponível em: revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI26753-15228,00-MACONHA+E+HORA+DE+LEGALIZAR.html



sábado, 21 de maio de 2011

O Sistema imunológico e as drogas

A cocaína e a heroína activam a reacção inflamatória, incluindo a libertação de citocinas pro-inflamatórias como TNF-α. A cocaína induz a supressão da reacção dos linfócitos T dependentes do timo, assim como aumenta a produção de IFN-γ. A estimulação das citocinas pró-inflamatórias sem uma estimulação paralela da função da célula imunitária inata (como a fagocitose) pode agravar doenças inflamatórias e pode aumentar a susceptibilidade a infecções.
As anfetaminas influenciam as funções imunológicas como um forte imunossupressor. Várias investigações indicam que as anfetaminas e os seus derivados causam uma diminuição no número de leucócitos e linfócitos (principalmente o linfócito “T helper”) no sangue periférico. Além disso, descobriu-se que as anfetaminas podem suprimir a produção de citocinas e anticorpos, a reacção linfoproliferativa, assim como diminuir a citotoxicidade das células “natural killer” (NKCC) e a indução de linfócitos T citotóxicos. Além disso, as anfetaminas diminuem a fagocitose in vitro e in vivo. Contudo, os efeitos imunossupressores das anfetaminas não estão padronizados. Alguns autores registaram uma possível estimulação das reacções do sistema imunitário. Foi demonstrado que as anfetaminas podem provocar um aumento de NKCC e o número de linfócitos granulares grandes, identificado com as células NK. Todavia, o mecanismo exacto de interacções imunológicas de anfetaminas ainda não é totalmente entendido, acima de tudo relativamente aos efeitos secundários biomédicos. De facto, os estimulantes também afectam o sistema neuroendócrino, que está ligado ao sistema imunitário. As alterações no eixo supra-renal pituitário do hipotálamo podem também afectar a reacção imunitária, pois muitas alterações à reacção imunitária são mediadas pelas catecolaminas e glucocorticóides.

fonte: http://www.doping-prevention.de/pt/substances-and-methods/stimulants/mode-of-action/immune-system.html

Observa-se que na grande maioria dos casos será necessária uma investigação mais detalhada do paciente por meio de diagnósticos laboratoriais. A identificação dos pacientes com isquemia e infarto do miocárdio relacionados com o uso de cocaína é de extrema importância uma vez que as abordagens para o diagnostico e tratamento são diferentes daqueles com doença cardíaca por aterosclerose. Além disso, é essencial profunda compreensão do mecanismo fisiopatológico da doença para permitir o diagnostico clinico de forma adequada e tratar essa doença potencialmente fatal.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Questão Sócio-Econômica


Governo avança na política de tratamento de usuários de drogas

Por: Carolina Pimentel e Ivan Richard, da Agência Brasil
Publicado em 21/09/2010, 13:05
Última atualização às 13:05

Solenidade marca abertura de editais para implantação de leitos do Plano de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas na rede pública de saúde (Foto: José Cruz/ABr)

Brasília – Foram lançados nesta segunda-feira (20) editais para que as prefeituras criem 6.120 leitos na rede pública de saúde para tratamento de usuários de crack e outras drogas. O pacote prevê a liberação de mais de R$ 140 milhões, provenientes do Ministério da Saúde e da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. A iniciativa faz parte do Plano de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas, lançado em maio pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Os municípios devem procurar o ministério para a abertura dos leitos. O chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da Republica, ministro Jorge Armando Félix, explicou que, com a publicação dos editais assinados nesta segunda (20), no Diário Oficial da União, as prefeituras poderão iniciar os processos licitatórios para ofertar os leitos.

"Dentro do que está previsto nos editais, as prefeituras vão se habilitar para receber os recursos para contratar os leitos. Os recursos já estão disponíveis", informou Jorge Félix.

Segundo o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, o governo federal arcará com o custo das internações. “Toda essa política pressupõe que o financiamento das internações nos novos leitos será feito pelo Ministério da Saúde e repassado aos municípios”, garantiu Temporão após a cerimônia de anúncio, no Palácio do Planalto.

Do total de leitos, 2.500 serão ofertados em hospitais gerais para tratamento de intoxicação aguda e abstinência e 2.500 em comunidades terapêuticas, que acolhem usuários sem quadro clínico complicado. A previsão é implantar mais 600 leitos nos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps), que funcionam 24 horas. O restante, 520 leitos, será para abrigar, por até 40 dias, usuários que vivem nas ruas.

O programa prevê a instalação de 225 núcleos de atendimento à saúde da família em cidades com até 20 mil habitantes e a capacitação de profissionais da área médica.

Depois da cerimônia, Temporão reafirmou que a Casa Civil não intermediou a compra do remédio Tamiflu, usado no tratamento da influenza A (H1N1) – gripe suína, em resposta à denúncia de propina na compra, publicada pela revista Veja. “Todo o processo foi conduzido pelo ministério e o laboratório Roche (fabricante do medicamento), sem nenhuma participação de terceiros”, disse aos jornalistas. Ele acrescentou que a Polícia Federal está apurando o caso.

Tags: José Gomes Temporão, Casa Civil, Drogas, Caps, Saúde

Disponível em http://www.redebrasilatual.com.br/temas/saude/2010/09/prefeituras-vao-criar-mais-de-6-mil-leitos-para-tratamento-de-usuarios-de-drogas/